Rumo à Guerra Infinita

O Incrível Hulk

servido por: Vitor Leobons

Vamos continuar com a nossa caminhada. E o segundo tijolo na estrada rumo à Guerra Infinita é O Incrível Hulk.

Naquele momento, Hulk era um personagem mais conhecido do grande público que o Homem de Ferro. E talvez tenha sido uma tentativa de seguir por um caminho já cimentado… interessante assistir ao filme e reparar em todos os erros e defeitos que fazem desse, talvez, o mais esquecível dentre os longas produzidos pela Marvel Studios.

Enfim…

O filme faz uma escolha inteligente ao não se passar como mais uma história de origem. Como o personagem já tinha protagonizado um longa anos antes, a segunda aposta da Marvel Studios opta por citar a origem do Hulk nos créditos iniciais… e talvez essa seja a única escolha inteligente da narrativa.

Que roteiro ruim! Alguns anos atrás, assisti a um documentário que falava sobre como Hollywood mostrava o Brasil de forma equivocada… merecia uma versão atualizada por conta desse longa do Hulk (além de Velozes e Furiosos 5)! O começo do filme é totalmente dispensável, recheado de estereótipos e de roteirismos que perdem a mão! A maneira como o exército estadunidense descobre o paradeiro do Verdão é um chute no estômago dos espectadores…

E, ao longo do filme, os personagens fazem escolhas idiotas, baseadas em motivações rasas.

O filme não define direito um tom e acredito que isso é culpa, em boa parte, das brigas nos bastidores entre Norton, o diretor e Feige. Norton é fã declarado do seriado estrelado por Bill Bixby e Lou Ferrigno. E tentou reproduzir e homenagear o programa… muita coisa acabou ficando de fora, transformando o corte final numa colcha de retalhos.

Some – a tudo isso – efeitos tão ruins… ou que estão envelhecendo muito mal. Mais um péssimo designer de personagens e uma trilha completamente esquecível.

Complicado defender, né?

Mas…

O elenco é muito bom! Todos defendem – e muito bem – os personagens e existe uma boa química entre eles. Por mais que o filme não ajude…

As cenas de ação são bem dirigidas. O que é uma grande vantagem em relação ao filme anterior do personagem.

Mas… tem outra coisa que me chama a atenção nesse filme! Tudo é muito exagerado e inverossímil, todo o drama é feito de forma tão pesada e brega, que rever, hoje – e colocando em conjunto com os longas que vieram depois –, me fez ficar pensando: será que não é intencional? O Incrível Hulk, em momento algum, tenta ser adulto ou se levar tão a sério… será que o objetivo não era mesmo fazer uma releitura debochada de um Filme B? Talvez pudesse ser uma discussão interessante. Pena que ninguém lembra desse filme.

P.S.: Kevin Feige e trupe parecem felizes com isso… por conta de toda a confusão durante a produção, Norton não voltou mais ao personagem. A Betty Ross, de Liv Tyler, nunca mais foi citada. Abominável acabou esquecido em uma prisão da S.H.I.E.L.D. e desapareceu. O Líder, que surgiu na reta final do filme, ficou apenas na insinuação… e se não fosse pela aparição do General Ross em Capitão América: Guerra Civil, ninguém nunca mais falaria nesse filme…

Enfim…

O Incrível Hulk acabou sendo mal recebido e poderia ter sido um balde de água fria nos planos do estúdio. Mas eles souberam absorver as críticas, entender os erros e seguir em frente com o plano! E segue o show…