NFL

10 motivos para você dar uma chance ao futebol americano

servido por: Caio Sandin

(E uma rápida explicação do esporte)

Para você que está sendo bombardeado com todo esse burburinho causado pela proximidade do início da temporada da NFL, o SHOTS preparou alguns motivos para quem nunca se interessou pelo esporte, dar uma chance e se apaixonar também. E, caso seja totalmente leigo, sem problema, logo abaixo temos uma rápida explicação dos conceitos básicos.

1. Esporte em expansão

Como você deve ter percebido (já que está lendo este texto), o número de pessoas assistindo ao futebol americano aumentou muito nos últimos anos. E esse índice só tende a crescer. Então este é o momento ideal para começar a acompanhar o esporte e conseguir fazer parte das conversas com os amigos, que já são vidrados. Normalmente, os fãs da NFL gostam de ajudar os novatos a entender melhor, não somente o jogo, mas tudo que o cerca.

2. Melhores de todos os tempos

Atualmente, a NFL tem alguns jogadores que podem ser considerados os melhores de todos os tempos. Tanto nas posições, quanto no esporte de uma forma geral.

Muito se fala de Tom Brady, quarterback (QB) do New England Patriots, cinco vezes campeão do Super Bowl (a final da NFL). Mas, na Liga, tem mais talentos:

Matt Ryan (QB, Atlanta Falcons)¹
Aaron Rodgers (QB, Green Bay Packers)
Antonio Brown (wide receiver, Pittsburgh Steelers)
David Johnson (running back, Arizona Cardinals)

¹eleito o melhor jogador (MVP) da temporada passada

Entre vários outros grandes jogadores. É como se Pelé, Garrincha, Maradona e Ronaldo estivessem jogando… ao mesmo tempo. Você não vai querer perder a oportunidade de ver tantos craques assim em uma só temporada.

3. O equilíbrio impera entre os times

Voltando ao tópico anterior, você percebeu como todos os nomes que citei jogam por equipes diferentes? Isso é um dos principais pontos a favor da “organização NFL”.

Partindo do pressuposto de que uma liga é tão forte quanto o time participante mais fraco, eles fazem de tudo para equiparar a força das equipes… tanto que o último colocado geral de um ano é o primeiro a escolher os recrutas das universidades na temporada seguinte.

Então cada torcida tem um ídolo, cada time tem o próprio astro, seja no ataque ou até na defesa. Como no caso do Houston Texans, que tem no defensive end (DE), JJ Watt, o destaque maior. Talvez você se lembre desse nome, já que ele se tornou manchete em diversos jornais nos últimos dias, por causa da campanha para arrecadar fundos e auxiliar pessoas afetadas pelo furacão Harvey, que já ultrapassou 25 milhões de dólares.

Então, independente de qual time você escolha para torcer, terá algum jogador emblemático para poder se gabar e, mesmo que ele esteja em baixa no momento, as chances de uma volta por cima são bem grandes, devido a essa política da própria Liga.

4. Liga consciente, organizada e severa

Ainda complementando o ponto acima, a NFL é uma das ligas mais organizadas do mundo. Sabemos, com anos de antecedência, onde e quando serão os próximos Super Bowls, já que a data é sempre a mesma: o segundo domingo de fevereiro. E tende a privilegiar estádios recém-inaugurados ou reformados.

Além disso, a própria temporada regular tem um calendário anunciado com meses de antecedência… já sabemos, hoje, qual será o jogo de domingo à noite na semana 13. E toda essa organização se reflete também no rigor com os jogadores. Todos passam por testes surpresa e, em caso de uso de substância ilícita, a punição costuma ser bastante dura.

Em casos extracampo, como violência doméstica, a NFL costuma punir preventivamente os jogadores². Então, mesmo antes de se confirmar a punição nos tribunais, a Liga já anuncia uma sanção, normalmente mais branda se comparada com às de doping.

²mas, em certos casos, deixa a desejar…

5. A dinâmica do jogo

Voltando ao esporte em si, por ser dividido em dois momentos completamente distintos (você está atacando ou defendendo), o jogo pode ser muito mais aberto, já que os dois times podem ter ataques fantásticos, mas defesas lastimáveis, fazendo com que qualquer erro ou lapso de brilhantismo se torne o fiel da balança entre uma derrota e uma vitória. Isso torna o confronto ainda mais tenso, fazendo com que alguns fatores sejam ainda mais fundamentais, como…

6. O xadrez mental…

Um dos fatores mais intrigantes e estimulantes – para quem acompanha pela TV – é o xadrez que ocorre a cada jogada. O técnico de ataque vai tentar enganar a defesa adversária de todas as maneiras que puder:

Seja com rotas que se cruzam e confundem a marcação (para facilitar o passe);

Com uma corrida falsa, que se torna passe;

Ou até mesmo, no decorrer da partida, se sempre foi utilizada a corrida em primeiras descidas, um passe pode pegar a defesa de calças curtas.

Por outro lado, o coordenador defensivo também está tentando pregar peças, atacando o quarterback adversário com mais jogadores:

Forçando que este se apresse e lance passes menos precisos (ou provocando inclusive interceptações);

E, depois, fingindo essa pressão, para que haja a mesma afobação, deixando um número ainda maior de jogadores marcando o passe.

A todo momento, os dois times estão travando mais do que uma batalha corporal e física. A guerra mental e de estratégias é o que, muitas vezes, define o vencedor de um jogo.

7. …e a guerra nas trincheiras

O time pode ter o plano de jogo perfeito. Todos estão posicionados no lugar ideal para cobrir a jogada pensada pelo adversário, mas ainda existe o fator humano. Um quarterback inteligente pode ler o posicionamento da defesa e mudar a movimentação que a equipe vai executar, poucos segundos antes de receber a bola.

Enquanto isso, um defensor muito ágil e, novamente, inteligente pode ultrapassar a linha ofensiva, que protege o quarterback, e derrubá-lo antes que ele consiga executar qualquer ação.

Ou, talvez, o time atacante escolha correr com a bola e o jogador da vez – além de ter a perspicácia de achar a melhor rota, o caminho mais livre – consiga se livrar dos adversários que querem derrubá-lo (quebrando tackles) e avance até um possível touchdown. A mente pode ganhar um jogo, mas os músculos trabalham para criar situações inesperadas.

8. Transmissões: 3 vezes na semana em dias bons

A NFL é transmitida, no Brasil, pela ESPN… em três dias. Segundas e quintas à noite (mas fique atento ao início do horário de verão brasileiro e ao estadunidense, que termina em novembro) e aos domingos.

São dias interessantes, já que, tirando o domingo, não tem jogo ou existem poucas opções do nosso futebol. Tornando a NFL, na maioria das situações, o único evento esportivo que há para assistir.

Além disso, as transmissões – realizadas pelo canal brasileiro – são sempre descontraídas e convidativas para novatos, já que são didáticas nos comentários… desde os fundamentos do jogo até alguns detalhes muito intrigantes.

9. Quando acaba o Brasileirão, começa a melhor parte da NFL

O Campeonato Brasileiro acaba em meados de dezembro, certo? Adivinha o que começa nesta mesma época? A melhor parte da NFL! Os times estão lutando pelas últimas vagas na pós-temporada e, sabendo disso, a ESPN só escolhe o filé para você assistir.

É só jogão! Cada rodada pode definir o fim da temporada para um time ou garantir uma heroica vaga na disputa pelo título. E logo nas primeiras semanas do novo ano, começam os playoffs. Aí vira disputa em jogo único… perdeu, está fora!

Se você começar a acompanhar desde agora, a primeira semana da temporada regular, vai chegar lá sabendo bastante coisa.

10. Tem um Cartola próprio

Se você joga e gosta do Cartola FC, já está familiarizado com o conceito de Fantasy.

Pois bem, saiba que o jogo do Brasileirão foi baseado no da NFL. Para aqueles que não conhecem, no Fantasy, o jogador escala o time e pontua de acordo com o desempenho dos atletas (de carne e osso) em campo.

A principal diferença é que, no Fantasy da NFL, todos os participantes vão selecionar os jogadores simultaneamente, ou seja, ninguém pode ter o mesmo quarterback, por exemplo.

No início da temporada, ocorre um draft em que os participantes organizam os times virtuais e, aleatoriamente, vão selecionando os jogadores, um de cada vez, até que todas as vagas (inclusive reservas) sejam preenchidas.

Este fator, além de trazer um argumento a mais na conversa com os amigos, faz com que o participante veja mais jogos durante o fim de semana, para poder acompanhar os jogadores que integram o time dele no Fantasy, tornando o vício a paixão pela NFL ainda maior.

Guia do Caio

Agora, para os que nunca entenderam ou não tiveram paciência para assistir a um jogo – por não conhecer sequer o mínimo sobre o esporte –, aqui temos um guia básico (MESMO) para você não ficar completamente perdido nesse início.

O time que está atacando tem 4 tentativas – ou descidas (downs) – para percorrer dez jardas do campo. Em algumas transmissões, uma linha amarela faz essa demarcação virtual na imagem. Normalmente, se a equipe não consegue alcançar a marca estabelecida nas 3 primeiras chances, acaba abdicando da quarta para chutar. O objetivo é marcar alguns pontos ou fazer com que a bola vá o mais longe possível da zona de pontuação que está sendo defendida… entregando, assim, a posse para o adversário.

Existem 3 tipos de pontuação. As mais comuns são touchdown e field goal. Ambas são tentadas pelo time com a posse da bola.

O touchdown acontece quando um jogador ultrapassa a linha de gol adversária com a bola (entrando na end zone) ou recebe um passe válido dentro da área demarcada. Vale 6 pontos e é seguido por um chute extra, que conta mais 1. Ou uma nova descida (chance única), saindo da marca de duas jardas, na qual é preciso anotar um novo TD, para ganhar mais 2 no placar.

Já o field goal pode ser executado, teoricamente, em qualquer posição do campo, já que – para conseguir a pontuação – o kicker da equipe deve acertar a bola entre os postes. Vale 3 pontos. Geralmente, os times tentam essa opção na quarta descida, se estiverem na zona de alcance do chutador. Já que, em caso de erro, o adversário começa o ataque seguinte na marca onde ocorreu o chute.

Uma outra forma de pontuação é o safety. Ocorre quando a defesa consegue derrubar um jogador, que esteja com a bola, dentro da end zone adversária. É como se fosse um gol contra. Vale 2 pontos e o time, que estava com a posse, é obrigado a devolvê-la.

Para avançar no campo, o time com a posse de bola pode optar por correr ou passar.

No caso da corrida, a jogada só é encerrada quando a defesa conseguir derrubar ou deter completamente o atacante. A próxima tentativa vai ser iniciada onde esse jogador foi parado. Caso alguma parte da bola tenha ultrapassado a marcação da primeira descida, o time ganha um novo conjunto de downs para avançar mais 10 jardas e, assim, sucessivamente.

Caso a opção seja pelo passe, o quarterback deve fazer o lançamento para frente, mas detrás da linha onde a jogada começou. Para que seja considerado completo, é necessário que o recebedor tenha controle total da bola e consiga colocar, ao menos tocar, os dois pés (ou joelho) no chão. Depois de completar a recepção, o jogador pode, ainda, correr para conquistar mais jardas.